sábado, 20 de outubro de 2012

O que são produtos de glicação avançada e quais as implicações para a saúde?

Os produtos de glicação avançada (AGEs, do inglês, advanced glycation end-products) são formados por meio da reação de glicação não enzimática de escurecimento, também conhecida como reação de Maillard. Trata-se de uma grande variedade de substâncias formadas a partir de interações amino carbonilo, entre açúcares redutores ou lipídios oxidados e proteínas, aminofosfolipídeos ou ácidos nucléicos. Os principais AGEs formados no organismo são: carboximetil-lisina, carboxietil-lisina, pentosidina, pirralhinha e dímeros de glioxal e metilglioxal. 

A formação endógena de AGEs envolve mecanismos do “estresse carbonílico”, em que a oxidação de lipídios ou de açúcares gera compostos dicarbonílicos intermediários altamente reativos. Durante algumas das reações que levam à formação de AGEs são geradas espécies reativas do oxigênio (EROs), levando ao estresse oxidativo e com consequente danos estruturais e funcionais às macromoléculas. 

Em pacientes com diabetes mellitus (DM), a hiperglicemia crônica ou picos de glicemia no período pós-prandial promovem a modificação não enzimática de diversas macromoléculas, propiciando a geração de AGEs. A elevada concentração sérica de AGE está relacionada com o desenvolvimento de doença vascular aterosclerótica e favorece o aumento do estresse oxidativo celular. Esse estresse oxidativo é apontado como um dos mecanismos fisiopatológicos das complicações tardias do DM, como nefropatia, retinopatia, neuropatia e aterosclerose.

As concentrações de AGEs encontram-se aumentadas não só na hiperglicemia, mas também em outras situações clínicas como insuficiência renal crônica, doenças inflamatórias e autoimunes. Os AGEs circulantes na corrente sanguínea se ligam em receptores para AGE (RAGE) presentes na superfície celular e promovem a geração de EROs, com ativação do fator nuclear kappa B (NF-kB). Este último promove o aumento de expressão de marcadores inflamatórios e moléculas de adesão, que agravam o dano vascular. A expressão de RAGE encontra-se especialmente aumentada em paciente com DM e a sua atenuação reduz o desenvolvimento de lesão aterosclerótica. 

A dieta é a principal fonte exógena de AGEs, que podem ser absorvidos no trato gastrintestinal e transportados pela albumina e por partículas de LDL-c (lipoproteína de baixa densidade). Os alimentos que têm sido descritos com altas concentrações de AGEs são aquelesricos em gorduras, como manteiga e margarina, carnes e queijos (especialmente o queijo parmesão), produtos industrializados, como cereais matinais, biscoitos e batatas do tipo chips ou fast food. 

As técnicas de processamento empregadas pela indústria podem promover a formação de AGEs nos alimentos, especialmente a desidratação e o aquecimento a altas temperaturas. A utilização de temperaturas superiores a 170°C, como fritar, assar e grelhar, potencializam a formação de AGEs, enquanto que a cocção em temperaturas mais brandas (em torno de 100°C) na presença de umidade, como o cozimento em água ou em vapor, contribui para o menor conteúdo de AGEs. 

Estudos em humanos comprovaram a associação entre o consumo de alimentos fritos, assados ou grelhados e aumento das concentrações séricas de AGEs, bem como de marcadores inflamatórios. Embora nenhum alimento ou algum composto bioativo tenha comprovadamente efeito em reduzir os níveis de AGEs, as seguintes substâncias têm demonstrado efeitos anti-AGE, como a vitamina B6, alilcisteína (componente do extrato de alho), compostos fenólicos, vitaminas C e E, tiamina (vitamina B1) e taurina. Entretanto, são necessários mais estudos para essa comprovação.

http://www.nutritotal.com.br/perguntas/?acao=bu&id=692&categoria=7

Risco de câncer está relacionado à dieta desequilibrada.

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Planta chinesa reduz câncer no pâncreas.

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Evento / II Jornada de Nutrição e Câncer ido ICESP



Data: de 08/11/2012 até 08/11/2012

Realização: Diretoria Geral de Assistência (DGA) / Serviço de Nutrição e Dietética (SND) e Equipe Multiprofissional de Terapia Nutricional (EMTN-ICESP)

Coordenação: Líria Núbia Alvarenga, Thais de Campos Cardenas, Maria Manuela Ferreira Alves de Almeida, Serena Nunes Vianna, Dan Linetzky Waitzberg.


Público-alvo: profissionais da saúde

Inscrições e informações: evento.nutricao@icesp.org.br

Valor da inscrição: R$ 120

Local: Instituto do Câncer do Estado de São Paulo (ICESP)Av. Dr. Arnaldo, 251, Auditório, 6º andar.

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

RECEITA DE FEIJÃO COM LINHAÇA (FARINHA) E SAL DE ERVAS



(Receita desenvolvida por Ana Vládia Moreira, nutricionista da UFRN)

Ingredientes:

100g de feijão carioquinha*
10g de cebola
20g de tomate
20g de jerimum (abóbora)
2g de coentro
2g de cebolinha
10ml de óleo ou azeite – de preferência, extra-virgem, que é mais saudável e estável ao calor
750ml de água
1g de alho
2 colheres (sobremesa) de farinha de linhaça
2 colheres (chá) de sal de ervas

Dica: Se possível, priorize alimentos orgânicos.
Modo de Fazer
Primeiro, selecionar o feijão (de preferência, orgânico, que minimiza substâncias tóxicas comuns, infelizmente, em boa parte dos alimentos de origem vegetal) e adicionar quatro partes de água.
Cozinhar de dois a três minutos sob pressão.
Deixar em repouso na mesma água por uma hora (caso o indivíduo sofra de "gases", sugere-se a eliminação da água e acréscimo de outra – mesmo que alguns nutrientes sejam perdidos, pois os mesmos podem ser compensados com o acréscimo de legumes na preparação, como o jerimum, bem comum no preparo regional do Nordeste, ou outros legumes, como cenoura ou chuchu).
Refogar com os temperos (tempero brasileiro: tomate, cebola, alho, coentro ou salsa e cebolinha). O tempero é a gosto e pode ser feito como de costume. Aconselha-se que, se for congelar parte do feijão, usar o mínimo de tomate (ou mesmo não utilizá-lo), pois, por ser ácido, esse fruto pode levar à mudança de características sensoriais se o congelamento não for feito de maneira correta – o alimento pode ficar mais ácido.
Acrescentar farinha de linhaça (previamente processada em liquidificador ou processador; o excesso pode ser armazenado sob refrigeração) e o sal de ervas** (mistura previamente feita com partes iguais de: alecrim, manjericão, orégano – desidratados – e sal).
Finalmente, juntar o refogado ao feijão. Voltar a cozinhar sob pressão por mais 30 minutos (o tempo varia de acordo com o tipo do feijão).
Está pronto para degustar!
Em quantidades maiores, pode ser dividido em porções e congelado, sem perdas significativas de suas propriedades.

*Esta receita também pode ser feita com grão-de-bico ou soja. É interessante variar, especialmente para que o cardápio não fique monótono para as crianças.
**Sugestão de quantidade para ter o sal de ervas sempre à mão: misturar uma xícara de café de cada ingrediente, processar e armazenar em pote sob refrigeração. Assim, o sabor é bem preservado. É o mesmo princípio que utilizamos com o café. A quantidade de consumo diário deve ficar em torno de, no máximo, uma colher (café) por pessoa em preparações salgadas, visto que ainda há sal de cozinha no mesmo. Portanto, pede-se moderação.
Além das coisas boas que o feijão tem, nesta preparação sugerida, com o acréscimo da linhaça, ele ganha fibras, antioxidantes e ômega 3. As quantidades são pequenas, mas fazem diferença. O sal de ervas ajuda na diminuição do sal absoluto e agrega propriedades antioxidantes e antiinflamatórias. A mistura pode ser acrescida em qualquer preparação em substituição ao sal. Com a adaptação do paladar, a nutricionista sugere que a quantidade de sal da receita seja diminuída. Importante lembrar que o sal, como fonte de sódio, não deve ser retirado totalmente da dieta, por ser um mineral importante para o controle dos líquidos celulares. O importante é controlar, sim, sua ingestão. Outro fator é a importância do sal na conservação de alimentos. Quanto à linhaça, o único cuidado é adquiri-la na forma de grãos e processá-la como farinha quando desejado. De preferência, utilize-a em preparações em cozimento, pois a semente apresenta fatores antinutricionais que somente o calor úmido (presença de água – por exemplo, carnes cozidas, ensopados, feijão) pode diminuir ou mesmo inativar seus efeitos e, ao mesmo tempo, disponibilizar ao prato coisas boas como fibras, antioxidante e ômega 3.
http://globoreporter.globo.com/Globoreporter/0,19125,VVM0-2708-17982-3-0,00.html

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Para quem gosta de soja produto com soja não transgênica


A Olvebra utiliza somente soja não transgênica
Além de garantir a qualidade funcional de suas matérias-primas, a Olvebra garante a origem não transgênica da soja utilizada em seus produtos. A empresa também assumiu o compromisso com o Greenpeace de não adquirir soja que tenha sido plantada na Amazônia. Esta prática tem provocado desmatamentos que aumentam os problemas já existentes na maior floresta do mundo.

http://www.olvebra.com.br/pt/empresa/olvebra.asp

Nota Técnica de Esclarecimento sobre o Risco de Consumo de Frutas e Hortaliças Cultivadas com Agrotóxicos



http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/d0c9f980474575dd83f3d73fbc4c6735/nota+tecnica+risco+consumo+frutas+e+hortalicas.pdf?MOD=AJPERES

PROGRAMA DE ANÁLISE DE RESÍDUOS DE AGROTÓXICOS EM ALIMENTOS (PARA)

http://portal.anvisa.gov.br/wps/wcm/connect/b380fe004965d38ab6abf74ed75891ae/Relat%C3%B3rio+PARA+2010+-+Vers%C3%A3o+Final.pdf?MOD=AJPERES

Talheres, copos, utensílios para Alimentação dos idosos | Dicas de Nutrição

Talheres, copos, utensílios para Alimentação dos idosos | Dicas de Nutrição

terça-feira, 16 de outubro de 2012

Artigos interessantes

http://www.maeterra.com.br/site/biblioteca/whole-grains-in-metabolic-syndrome.pdf

http://www.maeterra.com.br/site/biblioteca/anti-cancer-diet.pdf

http://www.maeterra.com.br/site/biblioteca/effects-cocoa-on-LDL-and-prostaglandin.pdf

http://www.maeterra.com.br/site/biblioteca/Fibras-saude-coracao.pdf

http://www.maeterra.com.br/site/biblioteca/overweight.pdf

Doenças crônicodegenerativas e obesidade: Estratégia mundial sobre alimentação saudável, atividade física e saúde

http://www.maeterra.com.br/site/biblioteca/Obesidade-OPAS.pdf

Avaliação de risco crônico da ingestão de resíduos de pesticidas na dieta brasileira


Resumo
Objetivo
Avaliar o risco crônico da ingestão de pesticidas pela dieta, em compostos
registrados no Brasil para uso agrícola até 1999.
Métodos
Foi calculada a Ingestão Diária Máxima Teórica (IDMT) para cada pesticida,
utilizando limites máximos de resíduos estabelecidos pela legislação brasileira e
dados de consumo alimentar. A caracterização do risco foi feita comparando-se a
IDMT com as doses diárias aceitáveis (IDA) de vários países e do Codex
Alimentarius.
Resultados
A IDTM ultrapassou a IDA (%IDA>100) em pelo menos uma região metropolitana
brasileira para 23 pesticidas. Dezesseis compostos com maior %IDA são inseticidas
organofosforados, sendo o paration metílico o composto cuja ingestão mais excedeu
o parâmetro toxicológico (%IDAN
=9.300). O arroz, o feijão, as frutas cítricas e o
tomate foram os alimentos que mais contribuíram para a ingestão. Dos compostos
que apresentaram maior risco, apenas 6 foram registrados de acordo com o Decreto
98.816/90, que dispõe sobre o uso de pesticidas no País.
Conclusões
Os compostos identificados como sendo de potencial risco de exposição crônica
para a população brasileira, e os alimentos que mais contribuíram para a sua
ingestão, devem ser priorizados pelos  órgãos de saúde em programas de
monitoramento de resíduos de pesticidas. Adicionalmente, dados sobre resíduos
em alimentos prontos para o consumo, fatores de processamento e dados sobre
consumo alimentar devem ser gerados para possibilitar o refinamento do estudo.


Artigo completo: http://www.maeterra.com.br/site/biblioteca/Pesticidas-na-Dieta-Brasileira-OK.pdf

CRN 4 em Volta Redonda


quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Fibras solúveis e inulina: Porque, Quando e Quanto Prescrever?

http://www.nutritotal.com.br/newsletter/index.php

O que é programação fetal e qual a influência da nutrição?

O termo programação fetal refere-se ao processo pelo qual um estímulo ou insulto, quando ocorrido no período crítico do desenvolvimento, tem efeitos permanentes sobre a estrutura e as funções do organismo. Isso ocorre devido à plasticidade e sensibilidade a alterações do ambiente. 

Esse período crítico do desenvolvimento, para a maioria dos órgãos e sistemas humanos, ocorre especialmente na fase intrauterina. Nesta fase, a plasticidade do organismo requer uma modulação estável da expressão de genes, mediada principalmente por mecanismos epigenéticos, como metilação do DNA (ácido desoxirribonucleico) e modificações em histonas. Dessa maneira, o genoma (paterno e materno) e o epigenoma determinam a sensibilidade a fatores ambientais e o posterior risco de doenças.

Assim, a influência do ambiente intrauterino sobre a saúde do feto é explicada pelo conceito de programação fetal, no qual fez surgir a “origem fetal das doenças dos adultos”, também conhecida como a hipótese de Barker.  

Na fase intrauterina, as mães transmitem informações do ambiente externo, como o seu estado nutricional, através da placenta, e aos lactentes, através da lactação. Diversos estudos demonstraram que o crescimento do feto é o resultado do tamanho corpóreo da mãe e do fornecimento materno de nutrientes. A desnutrição no período fetal ou neonatal pode programar o indivíduo para um aumento ou preservação dos estoques de gordura corporal ao longo da vida. 

Neste sentido, as respostas fetais ou perinatais influenciam mudanças no metabolismo, produção hormonal, sensibilidade tecidual aos hormônios que afetam o desenvolvimento de vários órgãos, levando a alterações persistentes na homeostase metabólica dos filhos.

Portanto, esses conceitos demonstram a importância do questionamento e incentivo de estilo de vida materno mais saudável a fim de evitar doenças e garantir um melhor estado nutricional para seus descendentes.

http://www.nutritotal.com.br/perguntas/?acao=bu&id=691&categoria=15

Consumo de azeite de oliva reduz o risco de doença arterial coronariana




Estudo publicado por pesquisadores da Espanha na revistaBritish Journal of Nutrition concluiu que o consumo de azeite de oliva está relacionado com menor incidência no desenvolvimento de doença arterial coronariana (DAC). Os pesquisadores enfatizam a necessidade de manter o uso do azeite na culinária tradicional da dieta mediterrânea para reduzir o risco de doenças cardiovasculares.

O estudo incluiu 40.142 indivíduos espanhóis participantes da Investigação Prospectiva Europeia sobre Câncer e Nutrição (estudo EPIC, do inglês, European Prospective Investigation into Cancer and Nutrition), sem histórico de doenças crônicas, incluido doenças cardiovasculares.

Os pesquisadores aplicaram um questionário para coletar informações sobre o consumo alimentar habitual ao longo de 12 meses anteriores. Trata-se de um questionário validado que incluiu uma lista de 662 alimentos comuns e receitas de cada região. As porções de cada alimento consumido, incluindo o azeite adicionado às saladas e no cozimento de alimentos, foram quantificadas através de medidas caseiras padronizadas. No recrutamento, foram coletadas informações sobre o peso, altura, circunferência da cintura, fatores sócio-demográficos e de estilo de vida, incluindo nível de escolaridade, o uso de tabaco, consumo de álcool, atividade física e história clínica. Os participantes do estudo foram acompanhados durante 10,4 anos.

Para cada 10 g/dia de azeite oliva consumido houve redução significativa de 7% no risco de DAC. Essa associação inversa foi mais pronunciada em não fumantes (11% de redução do risco de DAC), nos indivíduos que nunca ou pouco consumiram bebida alcoólica (25% de redução do risco de DAC) e em consumidores de azeite virgem (14% de redução do risco de DAC).

“O azeite de oliva é bem conhecido por suas propriedades cardioprotetoras, no entanto, os dados epidemiológicos que mostravam que o seu consumo reduzia eventos coronarianos ainda eram limitados. Este é o maior estudo de coorte para avaliar a relação entre o consumo de azeite de oliva e incidência de eventos coronarianos, demonstrando redução significativa no risco de DAC a cada 10g/dia de consumo de azeite de oliva”, destacam os autores.

“Nossas descobertas ressaltam a necessidade de preservar o uso culinário do azeite de oliva dentro da tradição da dieta mediterrânea”, concluem.

O Programa de Trainee da Nestlé

O Programa de Trainee da Nestlé tem como objetivo identificar, treinar e desenvolver jovens talentos com potencial e competências diferenciadas para serem futuros lideres da organização.

O Programa é composto por quatro fases, em 2 anos. A área-destino do trainee é definida desde o início e cada participante possui um mentor na sua área-destino, responsável por acompanhá-lo durante todo o Programa.

Etapas do Processo Seletivo:

  • Inscrições  -  www.ciadetalentos.com.br/traineenestle;
  • Testes online;
  • Dinâmica de grupo;
  • Painel de negócios com gestores;
  • Entrevista com RH e gestores;
  • Entrevista com diretor da área de negócio.

Início do Programa:

  • Inscrições do dia 05/10 a 29/10.

quarta-feira, 10 de outubro de 2012

Transgênicos aumentam ocorrência de câncer em ratos


Transgênicos aumentam ocorrência de câncer em ratos

Data: 19/09/2012
Os ratos alimentados com Organismos Geneticamente Modificados (OGM) morrem antes e sofrem de câncer com mais frequência do que os demais, destaca um estudo publicado nesta quarta-feira (19) pela revista "Food and Chemical Toxicology" (Comida e Toxicologia Química, em tradução livre), que considera os resultados "alarmantes".
 
"Observamos, por exemplo, uma mortalidade duas ou três vezes maior entre as fêmeas tratadas com OGM. Há entre duas e três vezes mais tumores nos ratos tratados dos dois sexos", explicou Gilles-Eric Seralini, professor da Universidade de Caen, coordenador do estudo.
 
Para realizar a pesquisa, 200 ratos foram alimentados durante um prazo máximo de dois anos de três maneiras distintas: apenas com milho OGM NK603, com milho OGM NK603 tratado com Roundup (o herbicida mais utilizado do mundo) e com milho não alterado geneticamente tratado comRoundup. Ambos produtos (o milho e o herbicida) são propriedade do grupo americano Monsanto.
 
Durante o estudo, o milho fazia parte de uma dieta equilibrada, em proporções equivalentes ao regime alimentar nos Estados Unidos. "Os resultados revelam uma mortalidade muito mais rápida e maior durante o consumo dos dois produtos", afirmou Seralini, cientista que integra ou integrou comissões oficiais sobre os alimentos transgênicos em 30 países.


segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Toxicidade a longo prazo do herbicida Roundup e do milho geneticamente modificado tolerante a Roundup


Toxicidade a longo prazo do herbicida Roundup e do milho geneticamente modificado tolerante a Roundup

Os efeitos para saúde do consumo de milho geneticamente modificado, cultivado com ou sem o herbicida Roundup, e do milho não geneticamente modificado cultivado também comRoundup foram estudados por 2 anos em ratos. Verificou-se que as fêmeas de todos os grupos apresentaram taxa de mortalidade de 2 a 3 vezes maiores e mais rápida do que os ratos que não se alimentaram de milho geneticamente modificado (MGM). Todos os resultados apresentaram-se hormônio e sexo dependentes, sendo os perfis patológicos compatíveis. As fêmeas apresentaram o desenvolvimento de grandes tumores mamários, mais frequente e antes do que nos ratos que não se alimentaram de MGM; a hipófise apresentou-se como o segundo órgão mais deficientes; o balanço de hormônios sexuais foi alterado pelos tratamentos com o milho geneticamente modificado e com RoundupNos machos, congestões e necrose hepática foram 2,5-5,5 vezes maiores. Ainda, nefropatias hepaticas foram mais acentuadas e severas cerca de 1,3-2,3 vezes mais. Os machos apresentaram 4 vezes mais tumores grandes palpáveis do que os controles, que apareceram até 600 dias antes do que os ratos que não se alimentaram de MGM. Dados bioquímicos confirmaram deficiências crônicas renais significantes: para todos os tratamentos e ambos os sexos, 76% dos parâmetros alterados eram relacionados com os rins. Estes resultados podem ser explicados pelos efeitos não lineares de disruptor endócrino do Roundup e também pela overexpression de transgenes no milho geneticamente modificado e suas consequências metabólicas.  

Referência bibliográfica:
SéRALINI, G.; CLAIR, E.; MESNAE, R. et al. Long term toxicity of a Roundup herbicide and a Roundup-tolerant genetically modified maize. Food and Chemical Toxicology; 2012.